O Paraná está fechando o ano com 63 novas empresas atendidas pelo programa de industrialização Bom Emprego. Reestabelecido pelo governador Roberto Requião e voltado ao fomento, à descentralização das indústrias e, principalmente, à geração de mais empregos, o programa já proporcionou benefícios fiscais que ultrapassam R$ 2,4 bilhões. Juntos, os investimentos dessas novas empresas chegam a mais de R$ 2 bilhões.
O número de empregos diretos está estimado em 12 mil, além de outros 36 mil indiretos. O secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Luis Mussi, explica que o decreto proporciona ao empresário um aporte substancial de capital de giro. "Contribuímos para a consolidação do novo empreendimento. Os limites do benefício vão de uma a duas vezes o valor do investimento realizado pela empresa no estado", afirma.
Incentivos
Os incentivos fiscais são crescentes e proporcionais ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os municípios com maior IDH têm benefícios menores e os mais necessitados têm vantagens maiores. As empresas postergam de 50% a 90% o ICMS a ser pago ao Estado num período de 8 anos, sendo 4 anos de carência e 4 anos de amortização. Quanto mais pobre o município, maior é a parcela postergada
Em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), por exemplo, o incestivo é grande. Estar ao lado de Curitba, a cidade com o maior IDH do Paraná, não contribuiu para que o município deixasse de ocupar a 277ª posição entre os 399 municípios paranaenses no ranking estadual do IDH. Enquanto em Curitiba a renda per capita é de R$ 619,822. No município metropolitano é de R$ 170,913.
Sandro Luiz Soto é contador da empresa Biometrix Científica Ltda, fabricante de equipamentos médico-hospitalares, em Tijucas do Sul. Enquadrada no programa Bom Emprego no início de dezembro, Soto afirma que a empresa deve iniciar a produção em janeiro. "Nossa meta é produzir 11 mil peças no primeiro trimestre de 2005, com um faturamento de R$ 3,5 milhões", calcula.
Para ele, o Bom Emprego é um programa que solidifica as empresas paranaenses. "Se por um lado o Estado não abre mão dos recursos, por outro o programa se torna fundamental para os primeiros passos de uma empresa", afirma. Soto diz também que o programa proporciona um planejamento estratégico. "Para a solidificação da empresa, é preciso que ela determine seu cliente foco, além de consumar a produção para honrar o seu débito posterior daqui há quatro anos", diz.
Regiões
A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) concentra metade das empresas beneficiadas pelo programa, com 33. A região Norte aparece com 12 empresas beneficiadas. O Sudoeste vem em terceiro com cinco empresas. O programa revela ainda a atração de duas no Oeste, duas nos Campos Gerais, duas no Médio-Paranapanema, duas ao Sul, uma no Centro, uma no Centro-Sul e uma ao Noroeste do Estado.
Entre os setores e segmentos industriais das empresas beneficiadas, estão embalagens, remédios genéricos, alimentos, bebidas, rodas automotivas, esquadrias de alumínio, fogões, indústria têxtil, química, alimentos e telecomunicação.