O Governo do Estado, através da Secretaria da Saúde e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), vai assinar convênio com o Instituto de Biotecnologia do Canadá e a empresa Prometic, para a criação de uma plataforma tecnológica destinada à produção de fármacos de alta tecnologia por processo de engenharia genética. A previsão do investimento para os próximos três anos gira em torno de R$ 30 milhões, contando com o apoio do Ministério da Saúde.
Até o final deste mês, uma comitiva canadense virá ao Paraná para que o convênio seja efetivado. Diversos acordos já foram firmados entre o Governo do Paraná e o Canadá. ?Tenho certeza de que esta será mais uma ação de sucesso que envolve a parceria?, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier.
Segundo o diretor da Central de Medicamentos do Paraná (Cemepar), Luiz Fernando Ribas, o processo será um dos mais avançados do mundo. ?A medida é estratégica para o país, que hoje sofre com os altos preços dos medicamentos importados. Com esta ação pioneira, o Paraná ampliará o acesso da população a estes medicamentos, que hoje são exclusivos de indústrias internacionais e, portanto, com valores abusivos e impraticáveis?, afirmou.
O diretor presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo, afirma que o compromisso é alcançar custo muito mais baixo, facilitando a difusão do medicamento. ?A expectativa é que os medicamentos produzidos no Paraná custem metade do valor dos importados?, explicou. ?Queremos consolidar o Paraná como centro de referência em medicamentos de base biotecnológica?, completou.
Solução
Ribas explica que esta foi a alternativa encontrada pelo Estado para solucionar o problema dos medicamentos importados, que muitas vezes possuem valores impraticáveis, além de implicar em um processo licitatório muito mais complicado, porque as empresas internacionais necessitam de um cadastro prévio.
Ele diz ainda que é difícil acompanhar o desenvolvimento científico dos medicamentos cada vez mais sofisticados e com custo elevado e ao mesmo tempo garantir o acesso à população. Somente no ano passado, quatro pacientes com a doença de Fabri (doença hereditária que afeta o funcionamento dos rins, coração e cérebro) no Paraná receberam R$ 5 milhões em medicamentos.