O vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, abriu hoje pela manhã o 1º Encontro Técnico de Soja Pura do Paraná, que está sendo realizado pelo governo do Estado no Parque Newton Freire Maia. O objetivo dos debates, a serem encerrados às 17 horas pelo governador Roberto Requião, é ampliar a análise junto aos técnicos das Secretarias de Estado sobre os riscos da soja transgênica.

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Pessuti destacou que a postura de precaução adotada pelo governo do Paraná diante da soja geneticamente modificada pode significar muito no futuro. "Estamos apontado, de forma incansável, os riscos que agricultores estão correndo diante de possibilidade de um lucro econômico imediato, sem antes questionar e obter respostas mais seguras quanto aos possíveis danos que a soja transgênica pode trazer ao meio ambiente e para a saúde humana", lembrou.

Também participaram da abertura do encontro o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos; o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luis Eduardo Cheida; o delegado do Ministério da Agricultura no Paraná Valmir Kovaleski de Souza, e o deputado estadual Elton Carlos Welter.

As palestras realizadas no período da manhã foram ministradas pelo professor da Universidade federal de Santa Catarina, Miguel Pedro Guerra, que falou sobre "Os Impactos Ambientais das Plantas Transgênicas", e pelo representante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Silvio Valle, que abordou os "Riscos da Engenharia Genética".

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Pesquisas

Segundo o professor Miguel Guerra, quando a soja transgênica foi introduzida no Brasil, há menos de uma década, trouxe junto um conceito não oficial de que o produto era adaptado às condições ambientais e de que seu manejo seria mais econômico. "Porém, ao longo dos anos, o herbicida indicado para o controle de pragas e doenças da soja geneticamente modificada passou a apresentar cada vez menos resistência", afirmou. "É uma constatação que vem comprovar a falta de pesquisa e de experimentos sérios sobre o assunto".

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O pesquisador Silvio Valle, da Fiocruz, uma das mais respeitadas instituições de pesquisas no Brasil e no exterior, também alertou sobre a falta de segurança nas pesquisas realizadas com a soja transgênica em outros países. Citou o caso de estudos realizados por laboratórios privados norte-americanos e que deixam muitas dúvidas.

Os trabalhos apresentados pela manhã foram coordenados pelo procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos e, os da tarde, terão a coordenação do engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura, Luiz Antônio Rossafa.

A advogada e consultora Andréa Lazzarini será uma das palestrantes desta tarde e vai abordar os aspectos jurídicos dos transgênicos no Brasil, destacando que o projeto de Biosegurança prestes a ser votado pela Câmara Federal não foi discutido com a sociedade. Na seqüência, o economista Victor Pelaez Alvarez, da Universidade Federal do Paraná, vai apresentar o painel "Estratégias de Mercado".