Os governos do Paraná e do Mato Grosso do Sul, com o apoio do Ministério da Agricultura, deram início nesta sexta-feira (25), em Campo Grande (MS), à elaboração de um amplo plano de combate e erradicação da febre aftosa, que tantos prejuízos causou com o surgimento de focos da doença no Brasil. Apesar de o Paraná não ter registrado nenhum foco da febre aftosa, o governo do Estado defende o fortalecimento de ações de combate.

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O plano começou a ser elaborado numa reunião que contou com a presença do vice-governador Orlando Pessuti, da secretária do Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, do secretário da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, do presidente da Codapar, Ney Caldas, do chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná, José Correia, do diretor da Conesa, Inácio Afonso, além de técnicos da Embrapa.

?É necessário que todos nós, através dos organismos ligados à sanidade animal, façamos mais do que estamos fazendo para nos livrarmos deste terrível mal, que tanto prejuízo tem causado ao País. Temos a convicção que se não encararmos com seriedade a febre aftosa, jamais vamos erradicá-la. Acredito que mediante ações conjuntas, como a que estamos iniciando aqui, será possível acabar com a aftosa?, disse o vice-governador na abertura da reunião.

Pessuti criticou a atitude de alguns estados que insistem em manter as barreiras contra a carne e os seus derivados oriundos do Paraná mesmo depois de o próprio Ministério da Agricultura ter reconhecido que ?o nosso Estado voltou à condição de zona livre de aftosa com vacinação?. No caso do Rio Grande do Sul, que insiste em impedir a entrada de produtos paranaenses, o vice-governador revelou que a governadora Yeda Crusius deve anunciar novas medidas no próximo dia 30. ?Estamos confiantes de que ela vai decretar o fim das barreiras internas, como já fez Santa Catarina?, acrescentou Pessuti.

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Para Gabriel Maciel, as medidas restritivas do Rio Grande do Sul ao ingresso de carne e produtos paranaenses em seu território ?não tem nenhum amparo legal e muito menos justificativa técnica para esse procedimento em virtude do saneamento dos rebanhos do Paraná e o reconhecimento nacional da atual situação sanitária do Estado. Portanto, ao meu ver, essa situação precisa ser reparada com urgência, para que não cause maiores danos ao Paraná?.

A secretária do Desenvolvimento Agrário do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina, informou que o recém-empossado secretário da Agricultura de São Paulo, João Sampaio, está sugerindo uma reunião com representantes de todos os estados brasileiros ameaçados pela aftosa, como São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. ?A idéia dele é justamente criar um plano nacional de erradicação da doença?, disse.

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Para Pessuti, a ação conjunta dos estados é importante, principalmente para conter o trânsito de animais infectados vindos de outros países, onde a vacinação não é feita com freqüência. Ele lembrou que, no caso do Mato Grosso do Sul, existem cerca de 1,6 mil quilômetros de fronteira com países onde a febre aftosa não está totalmente sob controle: Paraguai e Bolívia. Nesta região, existem cerca de 6 milhões de cabeças de gado. ?Uma única vaca doente é suficiente para trazer enormes prejuízos a agropecuária do país. Daí a necessidade, de uma ação conjunta?, destacou o vice-governador do Paraná.

O secretário da Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, revelou que a sua pasta este ano reservou R$ 270 milhões para a sanidade animal. Na reunião, os técnicos da Embrapa defenderam que parte dos recursos seja utilizada na capacitação dos produtores. ?Sem a capacitação e o engajamento dos produtores, não vamos chegar a lugar nenhum?, disseram.