O Paraguai considera um empate com o Brasil um bom negócio para seu plano de
conquistar uma vaga para disputar uma Copa do Mundo pela terceira vez
consecutiva, algo inédito na história do país.
O resultado seria
suficiente para manter o time entre os quatro melhores das eliminatórias
sul-americanas. E a posição poderia ser consolidada na próxima rodada, quando a
parada é mais fácil, contra a Bolívia, e o jogo é em casa, no Defensores del
Chaco.
O volante Gavilán, reserva da seleção, revelou que o time não vai
mudar seu jeito de jogar. "Nosso padrão é de muita marcação e aposta nas
individualidades que podem decidir o jogo no contra-ataque", comentou numa
conversa com repórteres durante a concentração no hotel Holliday Inn, neste
sábado. O técnico Anibal Ruiz confirmou um time defensivo, com duas linhas de
quatro jogadores, mas acredita que pode surpreender o Brasil. "Essa é nossa
nossa ambição", revelou.
A escalação do Paraguai depende apenas de uma
reavaliação médica do atacante Cardozo, que passou a semana fazendo fisioterapia
para se recuperar de fadiga muscular. Se ele não puder jogar, a vaga ficará com
Cabañas. O zagueiro Gamarra, capitão do time, está recuperado de dores no joelho
direito, e vai jogar. Ele terá como companheiro de defeza Manzur, substituto do
titular Sarábia, cortado da seleção por ter fraturado o nariz.
Quando
chegaram a Porto Alegre, na noite de sexta-feira, os paraguaios ficaram
revoltados ao saber que teriam de reconhecer o gramado do Beira-Rio diante de 30
mil torcedores que veriam, logo depois, a movimentação dos jogadores do Brasil.
O problema foi contornado com um acordo. O treino do Brasil foi antecipado das
16h30min para às 15h30min, diante dos torcedores que entregaram dois quilos de
alimentos em troca de ingressos. E o do Paraguai foi adiado das 15 horas para
depois do exercício dos brasileiros, com o estádio vazio.
No jogo, os
paraguaios não estarão sozinhos diante de 44 mil brasileiros. Cerca de mil
torcedores percorreram 1,3 mil quilômetros, de Assunção a Porto Alegre, em 25
ônibus, para apoiar o time. Pelo menos um jogador será tratado como ídolo no
Beira-Rio. O zagueiro Gamarra jogou no Internacional em 1996 e 1997 e deixou
saudade entre os torcedores.
Ficha Técnica: Paraguai – Villar; Caniza,
Gamarra, Manzur e Paulo da Silva; Bonet, Ortiz, Paredes e Torres; Roque Santa
Cruz e Cardozo (Cabañas). Técnico: Anibal Ruiz.