Belo Horizonte (AE) – O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza divulgou uma nota hoje, na qual classifica como "equivocadas, fantasiosas e inverídicas" as afirmações do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), sobre a relação da agência de publicidade DNA Propaganda com a Visanet.
Serraglio disse ontem (03) que conseguiu rastrear a origem de R$ 10 milhões dos recursos que abasteceram o caixa dois do PT em 2004. O montante, segundo ele, refere-se a serviços não prestados pela agência de publicidade, que teria sido desviado do Banco do Brasil (BB) – um dos sócios majoritários da Visanet – para o partido, numa operação que envolveu o Banco BMG.
Valério informou no comunicado que, por iniciativa própria, os advogados dele entregarão na terça-feira (08) aos parlamentares das CPIs dos Correios e do "Mensalão" toda a documentação referente aos trabalhos executados pela agência para a Visanet.
"Incluindo planilhas de despesas, notas fiscais, comprovantes de pagamentos, recibos bancários." Ele afirmou que os documentos se encontram em poder da Polícia Federal (PF), que investiga a DNA Propaganda.
Conforme Valério, a contabilidade da DNA "indica que não há saldo de R$ 9 milhões a ser restituído à Visanet". "Pelo contrário, documentos comprovam que a DNA chegou a efetuar pagamentos, que devem ser ressarcidos. A documentação completa está sendo apresentada à auditoria do Banco do Brasil, que a solicitou, recentemente, pois os controles de pagamentos eram feitos pela agência."
O empresário ressaltou que a DNA atendia ao BB desde 1994, dividindo a conta com outras duas agências. Valério disse que a verba de R$ 35 milhões – em cujo pagamento teria ocorrido o desvio -, antecipada pela Visanet (segundo ele, uma "prática regular no mercado publicitário"), "não tem qualquer relação" com o contrato da DNA com o BB.
O empresário confirmou que o depósito na conta da agência aconteceu em 12 de março de 2004 e disse que, na data, havia a quantia de R$ 11,657 milhões no caixa da DNA. De acordo com Valério, em 22 de abril de 2004, quando foi feita a aplicação de R$ 10 milhões no BMG, o caixa da agência tinha R$ 46,133 milhões – o que, segundo a versão dele, demonstra que "os R$ 35 milhões da Visanet continuavam intactos".
No texto, o empresário afirma que, para receber a soma, a DNA contou com autorização do BB, dada por meio de uma nota técnica, e emitiu nota fiscal em nome da Companhia Brasileira de Meios de Pagamentos, razão social da Visanet.
Valério alegou que a DNA ficou encarregada de administrar a verba da Visanet, pagando todas as ações publicitárias e de marketing institucional da bandeira Visa – cartões de crédito e de débito – porque, há mais de dez anos, atendia ao BB.
Por isso, "era a mais experiente em ações da instituição dentre as três agências que detinham a conta do BB (conquistada através de licitação)". "A DNA Propaganda e o Banco do Brasil realizavam, sistematicamente, o encontro de contas, através de planilhas e da apresentação de comprovantes de pagamentos", afirmou, no comunicado distribuído pela assessoria.