Para Tarso, aliados precisam ter base unificada

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, deixou claro ontem que só vão participar do governo de coalizão os partidos aliados que comprometerem ao menos 80% de seus votos no Congresso em favor do governo federal. "Uma das preocupações que o presidente manifestou é que não tem racionalidade participar da coalizão se não mantiver a base unificada, com 80% a 90% dos votos. O princípio da coalizão é o da maioria estável para governar", afirmou o petista, depois de participar da reunião de mais de duas horas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu ontem com a Executiva Nacional do PMDB.

A força política de cada aliado no Congresso vai pesar na partilha dos cargos, mas o ministro advertiu que a definição da cota de cada um não será ‘mecânica’, baseada apenas na proporcionalidade numérica do partido no Parlamento. "Há ministérios mais e menos importantes no sentido da gestão", argumentou.

Em seguida, disse que, seja qual for a pasta, o titular escolhido e seu respectivo partido responderão, perante o presidente, por todas as ações praticadas em toda a estrutura administrativa. Desmentiu, no entanto, que Lula tenha aceitado a tese da ‘porteira fechada’, pela qual a legenda que indicar o ministro ocupará todos os demais cargos da pasta.

Apesar das exigências presidenciais, o ministro previu a adesão de sete partidos ao governo de coalizão. "O PT, o PSB e o PC do B temos certeza de que participarão, como também temos a convicção de que o PMDB vai participar", disse Tarso, ao lembrar que o PV já se reuniu e manifestou desejo de integrar a coalizão e o PP e o PL ainda estão discutindo o que fazer.

Por outro lado, o ministro descartou a inclusão de partidos de oposição no processo, por não se tratar de uma administração de união nacional. Tarso argumentou que a construção de uma coalizão é um processo lento e avaliou que essa discussão só se encerrará em 30 dias, mas insistiu em que não está consolidada a tese de que Lula tomará posse com ministério velho. "Ele pode definir novos nomes e confirmar alguns ministros até lá.

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