O total de R$ 440 milhões para restaurar 26 mil quilômetros da malha viária brasileira é pouco e insuficiente para fazer um trabalho sério, disse o presidente do Sindicato da Construção Pesada do Estado (Sinecesp), Carlos Pacheco Silveira, após uma reunião de duas horas com a União Nacional dos Caminhoneiros.
"Imagine que a Autoban, uma concessionária, para restaurar e manter a ligação de 90 quilômetros entre São Paulo e Campinas, no Estado, gastou no ano passado R$ 800 milhões, como se pode restaurar 26 mil quilômetros apenas com R$ 440 milhões", disse.
A reunião entre caminhoneiros e o Sindicato da Indústria da Construção Pesada também serviu para marcar para segunda-feira (16), às 14 horas, outro encontro, com o Fórum Nacional da Construção Pesada, para analisar o assunto e adotar uma postura do setor .
O presidente do Sinecesp chegou a afirmar que "a medida do governo para as estradas mais parece ser eleitoral, pois se ficou quase quatro anos sem se contratar obra séria para restaurar a malha viária". "Agora se busca remendar. Os consertos que estão sendo realizados não duram 90 dias. Lembro ainda que estão fazendo remendos em tempo de chuvas, o que acaba prejudicando ainda mais o trabalho, que acaba tendo pouca durabilidade."
Silveira explicou que "o setor ficou com ociosidade nos últimos quatro anos". "Agora queremos transparência nos preços e na realização das obras. O tapa-buraco provoca ondulações nas pistas, causando desconforto para os motoristas. Os recursos da Cide não foram liberados, e as estradas ficaram em péssimo estado. Tudo errado", disse.
O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros , José Arcanjo Silva, o "China", disse que "se chegou ao caos nas rodovias". "Tivemos reuniões com o governo, e com o próprio presidente Lula e sempre cobramos esta questão das obras de manutenção das rodovias brasileiras. Fizemos uma série de reivindicações e uma das inúmeras que não foram atendidas, foi a de manutenção das estradas."
Ele afirmou que foi criada agora a Frente Nacional de Transporte, que reúne caminhoneiros autônomos e empresas, e vamos tentar ir ao governo novamente para mostrar o erro que está sendo cometido agora. "Queremos a recuperação de fato de nosso patrimônio, não um remendo que venha a prejudicar a todos novamente em pouco tempo. Vamos marcar um novo encontro com o governo, se possível com o presidente, para tentar mudar as coisas, procurando melhorar a situação de fato".