Brasília ? O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, disse não acreditar que houve acordo com criminosos para pôr fim aos ataques e mortes no estado de São Paulo. "O Estado não negocia com o que é inegociável, negocia o possível com o objetivo de salvar vidas", afirmou em entrevista à Agência Brasil.
Delegado federal, Corrêa disse que todas as regras de negociação prevêem que as autoridades devem buscar entendimento para evitar mortes, sempre dentro da legalidade. Por esta lógica, ao surgirem vítimas, não há mais espaço para acordos, explicou o secretário. "Quando se fala que houve uma negociação, já havia vítimas. Eu entendo que não deve ter havido acordo da parte dos policiais, porque isso contraria qualquer doutrina", avaliou.
Segundo o secretário, a partir do momento em que as ações da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) fizeram vítimas, a reação do Estado precisava ser de demonstração de força. "Agora é hora de enfrentamento, porque foi a opção feita pelos criminosos e o Estado tem o monopólio da força. Se é preciso prevalecer uma força, será a força do Estado". Mesmo passado o momento de maior tensão, com ataques a prédios da polícia e de outras instituições públicas de segurança e a ônibus, Luiz Fernando Corrêa lembrou que ainda estão ocorrendo ações pontuais por parte do PCC, como demonstração de força e provocação ao Estado.
O secretário afirmou que os órgãos estaduais de segurança pública estão concentrando esforços para antecipar e evitar novos incidentes. Ele destacou a ação de fiscalização de veículos que permitiu a identificação de um carro que transportava fuzis. Segundo ele, o governo federal tem procurado colaborar com as autoridades estaduais, fornecendo apoio de inteligência como da Polícia Federal e repassando informações obtidas em outros estados.