O Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem (14), por nove votos a cinco, o parecer que recomenda a cassação do deputado João Paulo Cunha (PT/SP). Autor do parecer, o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), classifica como "imprevisível" o resultado da votação no plenário da Casa, que pode confirmar ou não a perda de mandato.
"Considerando os últimos acontecimentos, não sei o que vai acontecer. O que me importa é que agi de acordo com as minhas convicções. O que vai acontecer eu não sei responder", disse Schirmer, hoje (15), em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.
De acordo com o parlamentar gaúcho, o parecer favorável à cassação de João Paulo Cunha se baseou em questões apresentadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, analisadas na Corregedoria da Câmara. Teriam sido três os fatos que originaram a representação.
"O deputado teria recebido por meio da esposa R$ 50 mil da SMP&B do empresário Marcos Valério. As versões apresentadas foram se modificando ao longo do tempo. Além disso, durante a gestão dele na presidência da Câmara, houve a contratação dessa mesma empresa em um contrato de R$ 10 milhões, acusado de irregulares", apontou Schirmer.
O deputado do PMDB lembrou que, se as apurações do Conselho indicam a comprovação de recebimentos de recursos, tanto de mensalão como de caixa dois, esses fatos são suficientes para a recomendação ao plenário da Câmara da cassação do deputado envolvido.