Para Rebelo, quarta-feira dá mais garantias de decisão expressiva

Brasília (AE) – O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), justificou a escolha do dia 23 como data mais provável para o julgamento do processo de cassação do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP) argumentando que o dia dá mais garantias de que haverá uma decisão expressiva da Casa a respeito do caso. "Cada um corre o risco que quer, cada um corre o risco que pode. Escolhi uma quarta-feira cheia (numa semana sem feriados) para que todos tenham segurança de que o resultado será a expressão da grande maioria da Casa, o resultado mais representativo da vontade da Casa", afirmou. Rebelo observou que alguns processos têm uma simbologia muito grande e que ele, como presidente da Câmara, precisa se cercar de segurança. Segundo Rebelo, quinta-feira não é um dia de grande quórum e a quarta-feira seguinte ao feriado do dia 15, Dia da Proclamação da República, também não seria uma data recomendada, visto que a presença de parlamentares não deverá ser muito grande. O presidente da Câmara adotou o critério de pôr os processos em votação no plenário na ordem em que chegarem do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Rebelo marcou para o dia 9 a votação do processo de cassação do líder do PL na Casa, Sandro Mabel (GO), concluído no Conselho de Ética e Decoro na terça-feira (01), com recomendação de arquivamento por falta de provas. O presidente da Câmara não pretende levar ao plenário mais de um processo por dia e afirmou que não se preocupará com eventuais críticas de que demore a pautar a ação contra Dirceu. "Estou disposto a pagar qualquer preço para ser rigoroso, justo, isento e equilibrado", disse. Um grupo de deputados do Conselho de Ética encontra-se daqui a pouco com Rebelo para pedir a ele que antecipe a data de votação do processo do deputado do PT de São Paulo em plenário. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) disse que o atraso do julgamento final no plenário dá margem para que a defesa de Dirceu consiga liminares na Justiça. "Votar na semana que vem é mais prudente", disse. Membros do Conselho de Ética temem que a votação do processo após o prazo inicial de 90 dias, que termina dia 8, seja questionada, judicialmente, mesmo com a prorrogação de 45 dias aprovadas pela Câmara na terça-feira.

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