Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que o "volumoso" número de parlamentares envolvidos nas denúncias de compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União coloca todo o Congresso Nacional sob suspeição. São cerca de 10% dos congressistas investigados pelo Ministério Público e agora pela CPI.

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"Acho que os fatos divulgados a partir da denúncia colocou sob suspeita não só 10%, mas a integralidade do Congresso. Até o momento do relatório final ser apresentado, eu creio que os 513 deputados e os 81 senadores, de alguma forma, estão sob suspeita. Mas estamos tentando colocar as questões nos seus devidos lugares. O MInistério Público Federal considera que não são todos, que são apenas 57. Nós vamos no relatório final apresentar a nossa posição", disse, em entrevista à imprensa. Segundo ele, daqui a 30 dias, quando deverá ser apresentado o documento final da comissão, esse número pode ser superior ou inferior a 57.

Biscaia informou que não há como afirmar que os 57 parlamentares são culpados, uma vez que o processo de investigação ainda está sendo feito. ?Nem a procuradoria e nem nós temos certeza dos culpados, porque se o procurador tivesse certeza, ao invés de pedir abertura de inquérito, teria feito as denúncias?, disse o petista. Ele lembrou também que o depoimento de Luiz Antonio Trevisan Vedoim, dono da empresa Planam envolvida nas fraudes, é consistente ao indicar até novos nomes.

"O depoimento de Trevisan é consistente, o que pode alterar o quadro dos investigados, dando um número superior aos 57 parlamentares constantes da lista". De acordo com Biscaia, no depoimento dado à Justiça Federal, Trevisan cita cerca de 100 pessoas, entre parlamentares e ex-parlamentares da legislatura anterior.

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