A Executiva Nacional do PPS impôs restrições para apoiar o ex-presidente do BankBoston e deputado eleito Henrique Meirelles (PSDB-GO) para a presidência do Banco Central (BC). Por meio de nota divulgada hoje, o comando do partido diz que Meirelles terá de incorporar a missão de romper com o atual modelo econômico.
“A equipe econômica do governo deve ser sintonizada com a política de crescimento e desenvolvimento social. A indicação do novo presidente do Banco Central só tem sentido se esse primado for respeitado”, diz a nota assinada pelo presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE). O PPS deverá ocupar um ministério no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes poderá ocupar o Ministério da Integração Nacional ou o da Previdência.
Apesar das restrições, Freire garantiu, após reunir-se com executiva em Brasília, que votará a favor da indicação de Meirelles para o BC no Senado. Na terça-feira (17), Meirelles deverá ser sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado.
Além de Freire, o PPS tem mais um senador, o gaúcho José Fogaça. Na nota, a executiva do PPS fez elogios a Lula, por valorizar a idéia de um governo de coalizão.
?(O PPS) concorda e apóia a concepção geral de montagem do governo Lula?, diz um trecho da nota.
Mas a legenda manteve as críticas à idéia do PT de restringir o poder dos ministros na indicação de cargos de segundo e terceiro escalões. Para Freire, se o PT impedir que o ministro indique as pessoas que serão subordinadas a ele, haverá problemas. ?Se o ministro não pode nomear, ele também não vai poder demitir?, afirmou Freire.
O dirigente também cobrou de Lula o compromisso do combate à proposta de intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque.
Para Freire, que esteve recentemente em Washington, Lula deveria ter aproveitado a viagem aos Estados Unidos para defender a paz e pregar a luta contra o terrorismo sem a linha intervencionista do governo do presidente norte-americano, George W. Bush.
?Teria sido muito interessante que Lula tivesse aproveitado a viagem para assumir essa postura?, declarou Freire.