Para Pires, impaciência com situação dos aeroportos só traz “retrocessos”

Brasília – Após uma reunião de quatro horas com os presidentes da Infraero e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o ministro da Defesa, Waldir Pires, comentou a atual crise nos aeroportos e o anúncio dos controladores de vôo de realizar uma operação padrão, o que aumenta os atrasos de decolagens em todo país. Segundo ele, a luta dos controladores por melhorias deve levar em conta "em primeiro lugar" olhar para os passageiros. "A impaciência só traz retrocessos", disse.

A operação padrão, também conhecida como ?operação tartaruga?, ocorre quando as partidas e chegadas dos aviões são reduzidas para um ritmo que os controladores consideram o ideal de trabalho. Em Manaus, Curitiba e Brasília, os controladores estão monitorando no máximo 14 vôos simultâneos e dando espaçamento entre os pousos e decolagens.

Indagado sobre como o governo encara a situação, Waldir Pires disse que o Estado democrático e as famílias brasileiras "não podem ficar reféns de ninguém". O ministro também confirmou que leu a íntegra de um manifesto anônimo que circula na internet, em que os controladores anunciariam uma greve de fome em protesto por melhorias nas condições de trabalho no país. Ele negou saber de qualquer greve de fome dos controladores e fez um apelo para que eles confiem no país e na democracia para ajudar a resolver os problemas.

Com a participação do presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, e do presidente da Anac, Milton Zuanazzi, a reunião de hoje (30) discutiu um relatório com medidas para acabar com a crise no tráfego aéreo. Contudo, durante coletiva de imprensa, o grupo não comentou nenhum das medidas discutidas. O relatório, segundo Pires, deve ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em até 15 dias. O conteúdo vai subsidiar um projeto de lei, que será enviado ao Congresso Nacional. "Os problemas de hoje vem de décadas e demoram a ser resolvidos. Todos nós precisamos de paciência."

Antes de entrar na reunião no Ministério da Defesa, o presidente da Infraero disse que pretende propor que a empresa controle as operações de pouso e decolagem em 67 aeroportos, num raio de 10 quilômetros em volta do aeroporto, como já é feito em 22 aeroportos. O restante das operações ficaria com a Aeronáutica. Segundo ele, esse plano ainda precisa ser discutido. ?Esse controle feito por nós liberaria pessoal para a Aeronáutica, que é o que está faltando?.

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