O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira (30) que o governo quer reduzir a carga tributária, mas não tem como fazê-lo "imediatamente". "Tem de ser gradual", afirmou.
Bernardo acredita que é possível fazer o ajuste fiscal em um período de dez a 15 anos, com reduções graduais na relação da carga tributária sobre o Produto Interno Bruto (PIB). O ministro preferiu não definir uma meta para esse corte gradual. Apenas exemplificou, dizendo que poderia se pensar em cortes entre 0,3 e 0,5 ponto porcentual ao ano.
Ele reiterou que o governo tem todas as condições de fazer ajustes fiscais de longo prazo, mas não será possível realizar esses ajustes com propostas para o ano que vem ou o seguinte. Essa afirmação foi um recado direto ao ex-ministro Delfim Netto, presente no seminário "Brasil: Perspectivas e Propostas 2007-2010", que apresentou proposta ao governo para a obtenção de um superávit nominal no curto prazo. "Certo, ministro Delfim" disse Bernardo, logo após concluir a frase, de que não será possível fazer ajuste fiscal no curto prazo.
Dentro do debate, Bernardo afirmou que o tema da Previdência é "espinhoso" e defendeu que uma das formas de lidar com o déficit crescente é regulamentar a Previdência do setor público, um processo que já está maduro e que será encaminhado ao Congresso no ano que vem. "Uma proposta como essa não seria votada num ano eleitoral. Por isso, o momento oportuno será no ano que vem, porque também serão debatidas a DRU (Desvinculação de Receitas da União) e a CPMF", explicou.