Diante da retração da economia no terceiro trimestre, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu uma redução mais rápida dos juros pelo Banco Central daqui para a frente. "Acho que os juros poderiam ser cortados com um pouco mais de velocidade", afirmou. Bernardo admitiu que a queda da economia no terceiro trimestre, em relação ao segundo foi mais forte do que a área econômica previa. "Foi pior do que a gente imaginava", disse. Segundo ele, o governo trabalhava com a expectativa de uma leve retração. A queda de 1,2% apontada pelo IBGE também surpreendeu os analistas do mercado, que apostavam numa redução de no máximo 0,5%.

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O ministro conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e procurou mostrar que nem todos os dados divulgados pelo IBGE foram ruins, como foi o caso do consumo das famílias, que não caiu. "A massa salarial nos primeiros nove meses deste ano cresceu 4,2%", disse Bernardo. "A informação que temos é que esse crescimento já superou 5% até novembro."

Os dados da economia relativos a novembro são muito bons segundo Bernardo. Ele acredita que o desempenho da economia será fortalecido pela redução dos juros já iniciada pelo Banco Central. "É evidente que há essa questão dos juros, mas acho que dá para diminuir a taxa mais rápido", afirmou.

Com os juros em trajetória de queda e o consumo fortalecido pelo crédito consignado e pelo aumento da massa salarial, o ministro do Planejamento acredita que será possível que a economia ingresse em 2006 em ritmo forte. "Os dados que estamos recebendo mostram que teremos uma recuperação notável no quarto trimestre deste ano", assegurou.

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