Para ONS, geração de energia cresce menos que o previsto

Após registrar forte aumento em abril, a geração de energia elétrica em maio está em ritmo mais lento. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ontem o País gerou o equivalente a 52.212 MW médios, dos quais 369 MW médios foram exportados para a Argentina. A média do mês, até ontem, estava 3 6% abaixo da previsão do Programa Mensal de Operação (PMO) do ONS na região Sudeste/Centro-Oeste, responsável por cerca de 60% do total nacional. No Sul o consumo ficou 4,2% abaixo das previsões do PMO e, no Nordeste, foi 1,6% menor. Apenas na região Norte, a geração este mês está acima da previsão do ONS.

A grande flutuação do consumo/geração, segundo um técnico do setor, reflete a variação na temperatura este ano. Nos meses de março e abril o País registrou temperatura média acima da média histórica para o período, o que ampliou a demanda por parte das residências e do setor comercial. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento de longo prazo do setor, mostram que o segmento industrial tem registrado crescimento abaixo da média nacional. O consumo industrial tende a ser mais estável, pois está menos sujeito às variações da temperatura, ao contrário das residências e do comércio.

Com as boas chuvas este mês no Sul, o ONS está fazendo transferências de grande volume de energia da região para o Sudeste/Centro-Oeste, invertendo movimento observado ao longo do ano passado. Ontem foram transferidos o equivalente a 2.285 MW médios, o que corresponde a mais de 22% do total gerado no Sul. O Sudeste/Centro-Oeste, por sua vez, está transferindo energia para o Nordeste, já que os reservatórios da região também estão em níveis bastante confortáveis. Ontem, pelos dados do ONS, os reservatórios do Sul estavam em 88,1% da capacidade máxima de armazenamento (folga de 73,7 pontos porcentuais em relação à curva de aversão ao risco), os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estavam em 85,5% da capacidade máxima (folga de 48 pontos porcentuais) e os do Nordeste em 93,4% (folga de 55 pontos porcentuais).

Apesar da abundância de água nas hidrelétricas, o setor ainda está inseguro quanto ao suprimento de energia a médio e longo prazos. A decisão da Petrobras de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com a Agência Nacional de Energia Elétrica, garantindo gás natural para usinas térmicas, foi bem recebida pelo setor, mas ainda está incompleto. "Por enquanto, foi assinado apenas um memorando de entendimento. Falta o contrato formal para dar garantias efetivas ao setor", explicou um técnico do setor.

As térmicas da Petrobras poderão garantir um suprimento firme de até 3.400 MW médios ao sistema elétrico, o que contribuirá fortemente para reduzir a insegurança no setor. Além do volume, outra vantagem dessa alternativa é que há mais flexibilidade no suprimento de energia, já que as térmicas não dependem das chuvas/águas nos reservatórios. "A flexibilidade de operação é maior, especialmente porque foram incluídas térmicas do Nordeste", complementou o técnico. A assinatura definitiva do contrato da Petrobras/Aneel e a retomada de alguns projetos de grande porte, porém, são considerados pontos fundamentais para evitar problemas no suprimento de energia a partir de 2009/2010.

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