Aumentar a integração na economia mundial é um dos grandes desafios da América Latina, avalia o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato. Os benefícios macroeconômicos conquistados pelos países na América Latina ainda não se traduziram em maior crescimento na região pelo fato de que "os mercados não são suficientemente abertos e competitivos", afirmou. No entanto, ele disse que a proximidade do Brasil em relação ao grau investimento é "grande notícia" e citou o País como um dos exemplos de aplicação de programa social na região.
Rato observou que a região ainda precisa de políticas sociais mais "eficientes", mas reconheceu a existência de "bons exemplos nos últimos anos no Brasil, México, Chile e Argentina. Mas falta política social que ajude a população a recuperar níveis de confiança que foram perdidos com inúmeras crises financeiras", ponderou.
Para acelerar o crescimento, a América Latina precisa de maior integração à economia global, segundo o diretor. "Esta seria a tarefa mais importante para acelerar crescimento. A América Latina depende muito das matérias-primas, precisa de maior integração do setor industrial", afirmou.
Reforma estrutural
"Os países melhoraram a política macroeconômica, em termos de perfil de dívida e inflação, mas há necessidade de reformas estruturais que integrem (a região) à política mundial e a faça mais atraente para investimentos (externos)", afirmou. "Neste sentido, o fato de que Brasil e Peru estejam perto de investment grade (grau de investimento) é uma grande notícia para nós e para toda a região. E também (grande notícia) é a evolução macroeconômica no México e no Brasil e, naturalmente, no Chile, que iniciou esta trajetória antes.
Ele reconhece que o avanço da região é inferior a outras regiões do mundo e "a razão é que os benefícios da boa situação macroeconômica não estão se traduzindo para o maior crescimento, pois os mercados não são suficientes abertos e competitivos".
