A inovação e o avanço tecnológicos precisam ser eixos estratégicos do desenvolvimento sustentável do País, que será promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse nesta quarta-feira (2) o novo presidente da instituição, Luciano Coutinho, em seu discurso na solenidade em que recebeu o cargo de Demian Fiocca.
O desenvolvimento buscado, disse, "precisa ser socialmente inclusivo, distribuído regionalmente, gerador de empregos crescentemente qualificados, gerador de oportunidades empresariais, gerador de renda e de canais de ascensão para os pobres e para os pequenos".
Ele também afirmou que deve ser um desenvolvimento "social e ambientalmente responsável e regenerador das inaceitáveis mutilações do nosso patrimônio natural" e que "sinalize um horizonte promissor para a nossa juventude", "culturalmente afirmativo e estimulador da extraordinária criatividade do povo brasileiro".
Infra-estrutura
O novo presidente do BNDES disse que "não há dúvida que investimentos em infra-estrutura – prioritariamente energia e sistema viário – precisam ser acelerados". Para isso, considera decisiva a participação do setor privado. "O BNDES dará suporte pró-ativo à necessária coordenação entre empreendedores, banca e o mercado de capitais na estruturação de funding adequado, especialmente para os projetos de maior porte".
De acordo com ele, "a execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é condição imprescindível para crescer". Mas, "em prol do aumento dos gastos de investimento socialmente eficientes previstos no PAC, será preciso disciplinar os gastos ineficientes, cortar desperdícios e superposições, evitar o acúmulo irrefletido de obrigações perdulárias que se projetem para o futuro", afirmou.
Para Coutinho, é hora de aprofundar a qualidade do esforço fiscal, abrindo espaço para uma racionalização e suavização da carga tributária. Coutinho espera que as condições macroeconômicas "sejam cada vez mais benignas em matéria de taxas de juros e de taxa de câmbio".
Fiocca
O ex-presidente do BNDES Demian Fiocca fez um discurso emocionado na cerimônia de transmissão do cargo para Luciano Coutinho, no qual enfatizou os avanços da instituição desde o início da gestão de Guido Mantega, em dezembro de 2004. Para ele o banco "reencontrou sua missão histórica".
Fiocca citou a retomada, desde o início de 2005, de "um número significativo de projetos de investimento de mais de R$ 1 bilhão". Ainda segundo ele, nos últimos 12 meses, enquanto o investimento no País cresceu a um "ritmo nominal" de 10% a 15%, os desembolsos do banco cresceram 28% e o volume de financiamentos aprovados aumentou 49%.