Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), foi à tribuna do Senado para criticar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, de conceder a liminar proibindo a comissão de quebrar o sigilo bancário do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. "O que nós queremos é ter o direito de investigar. Nós temos informações de que eles não falaram a verdade", disse Morais, referindo-se a Okamotto e outros acusados que prestaram depoimento à CPI.
O presidente do Sebrae disse à CPI que pagou do próprio bolso uma dívida de R$ 29.400,00 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o PT. Outros senadores, como os líderes do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do PFL na Casa, José Agripino (RN), também criticaram a decisão de Jobim. "Nós precisamos saber a origem do dinheiro do empréstimo de Okamotto para Lula", disse Agripino. Os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e Eduardo Suplicy (PT-SP) defenderam o presidente do STF. "O ministro Jobim, muitas vezes, tomou decisões contrárias ao governo e, portanto, toma decisões para fazer valer a Constituição", argumentou Suplicy.
Ideli lembrou que, quando o STF tomou a decisão tornando possível a CPI, a oposição apoiou a medida. Antes da sessão, o presidente e o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disseram que pretendem marcar uma audiência com o presidente do Supremo Tribunal para discutir a decisão provisória que impediu a quebra do sigilo de Okamotto.