O ministro do Trabalho, Luiz Marinho afirmou hoje que não está em discussão a saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Marinho, no entanto, defendeu o direito de haver uma discussão dentro do governo sobre a condução da política econômica. "Evidentemente que o debate sobre o eventual rumo da economia não pode estar bloqueado ou impedido", afirmou. Segundo ele, alguns setores da sociedade têm reagido a esse debate e tentam bloqueá-lo. Marinho destacou que quem determina o rumo da política econômica é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não o ministro Antonio Palocci e que em caso de divergências internas cabe ao presidente arbitrar.
"Eu, a ministra Dilma e outros ministros achamos que não é o caso de aumentar o superávit primário para além de 4,25% do PIB. Mas isso não significa que estamos bombardeando o ministro Palocci. Ele goza do apoio de todos os ministros", disse Marinho. Embora tenha reforçado várias vezes que a saída de Palocci não está sendo cogitada no governo, Marinho disse que a saída de qualquer ministro não significa o fim do governo, como alguns têm afirmado. "O governo é o presidente Lula. Ministros são cargos do presidente", afirmou.
Segundo ele, as acusações contra Palocci não passam de ilações, e que não se pode colocar em dúvida a "competência, honestidade e transparência" do ministro, por causa de uma "hipotética fala de um morto", em referência às acusações de que Ralph Barquete, morto no ano passado, que teria afirmado a colegas que houve envio de dólares por Cuba para financiar a campanha eleitoral do presidente Lula.
Marinho disse não acreditar que a economia esteja sendo afetada por causa das denúncias contra Palocci e que qualquer governo que tivesse sofrendo um bombardeio, "como o atual governo tem sofrido", teria reflexos nas pesquisas eleitorais. "O presidente Lula está bem forte e com possibilidade de recondução", disse Marinho.