O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse hoje (26) que o governo federal está perto de conseguir dobrar o poder de compra do salário mínimo. "Estamos chegando muito próximo de dobrar", afirmou o ministro, em entrevista coletiva concedida a emissoras de rádio da Radiobras (Nacional AM de Brasília, Nacional do Rio de Janeiro e Nacional da Amazônia).
Marinho afirmou que a decisão de aumentar de R$ 300 para R$ 350 o valor do salário mínimo reflete o compromisso de melhorar a distribuição de renda e a justiça social no país. Segundo ele, em março de 2003, era possível comprar 1,3 cesta básica com o valor do mínimo, que era de R$ 200. De acordo com o ministro, com R$ 350 o trabalhador poderá comprar 2,2 cestas básicas.
Outras comparações citadas por Luiz Marinho dizem respeito à relação entre o valor do salário mínimo e os preços do feijão, do arroz e do cimento. "Em janeiro de 2003 o salário mínimo comprava 63 quilos de feijão e passará a comprar agora 133 quilos; comprava 11 sacos de cimento, passará a comprar 20 sacos de cimento; comprava 131 quilos de arroz, passará a comprar 257 quilos", exemplificou.
Na entrevista, o ministro defendeu que "estados em melhores condições" adotem outros valores para o mínimo, desde que não sejam inferiores ao piso nacional. "Temos que ter um piso nacional do salário mínimo e, a partir daí, cada estado pode adequar a sua condição em caso de ter essa condição melhor", disse Marinho. Ele citou o exemplo dos governos do Rio Grande do Sul e do Paraná, que já definiram um valor regionalizado.
"Tem a possibilidade dos estados em melhores condições, é o caso do Paraná, do Rio Grande do Sul e seria o caso de São Paulo, o estado mais rico, mas que o governo até hoje não se manifestou sobre isso, já podia ter feito isso."
A assessoria de imprensa do governo estadual de São Paulo respondeu que o teto mínimo para os salários de funcionários públicos do estado é R$ 510.