Para Mares Guia, CPI não é sempre ‘bem-intencionada’

O ministro do Turismo e futuro ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, disse nesta quarta-feira (21) que o governo não poderia ser "ingênuo" e imaginar que a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o setor aéreo se delimitaria apenas a este tema, sem se tornar em um instrumento de luta política a ser usado pelos partidos de oposição. Assim, justificou a ação dos partidos da base aliada que derrubaram ontem, na Comissão de Constituição (CCJ) da Câmara, a instalação da CPI do Apagão Aéreo. "Não sejamos ingênuos de imaginar que uma CPI é sempre bem-intencionada. Sabemos como funciona uma CPI", declarou, em entrevista coletiva após participar do "Fórum Panrotas – Tendências do Turismo 2007", na sede da Federação do Comércio (Fecomércio), em São Paulo.

Segundo ele, a CPI do Apagão Aéreo "contempla a tudo e a quase nada", sem atender, na visão do governo, o objeto específico de investigação. Além disso, o futuro ministro das Relações Institucionais insistiu que os problemas do setor estão ligados a questões de gestão das companhias aéreas e de administração de dados por órgãos do governo, como também a um expressivo aumento do número de pessoas que passaram a viajar por aviões. "Temos problemas de demanda porque todas as empresas cresceram e as maiores chegaram a ter um aumento de 42% (do fluxo do passageiro). Em três anos, entre 2003 e 2006, o número de pessoas que viajaram de avião pela primeira vez na vida subiu de sete milhões para 12 milhões", argumentou.

Outro dado por ele citado na argumentação foi o da expansão do volume total de desembarque doméstico – de 30 milhões em 2003 para 46,3 milhões, em 2006. "Estamos tentando minimizar os problemas e, só no ano passado, o Ministério do Turismo investiu R$ 250 milhões em aeroportos. Já pensamos hoje num futuro de quatro anos, quando atingiremos 70 milhões ou 80 milhões de desembarques domésticos", insistiu.

Mares Guia enfatizou que todas as informações já haviam sido fornecidas ao Congresso Nacional, bem como ministros e demais integrantes do governo ligados ao setor participaram de audiências públicas no Poder Legislativo para esclarecer os problemas do setor aéreo. "Todas as informações foram prestadas e por isso não se justifica a criação desta CPI", opinou, indicando otimismo pela manutenção no Plenário da Camara da decisão de ontem da CCJ em vetar a constituição da CPI.

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