A valorização da taxa de câmbio deverá mostrar abrandamento à frente, de acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Contínuo crescimento econômico com aumento das importações e a compra de reservas devem colaborar para que seja reduzida a pressão sobre a moeda brasileira, disse o ministro. Contudo, ele reitera que "o governo não está disposto a usar artificialismos" afirmou, em palestra para investidores em Nova York. "Mas torço para que se valorize o menos possível", completou.
"Espero que o câmbio valorizado se atenue, mas não há sangria desatada. (A apreciação da moeda) não é tão dramática", disse, em evento da Câmara Brasil-EUA. No entanto, o ministro admite que o nível do real "é um problema" e que afeta principalmente os exportadores. Ele se recusou a estimar quanto o câmbio deve se abrandar. "Como ministro não faço projeções.
Mantega descarta medidas de controle artificial do câmbio. Artificialismos, disse, têm resultado de curta duração e depois desmoronam. Embora pondere que a compra de reservas não tem objetivo direto de abrandar o real, ele reconhece que a construção das reservas "em grande velocidade" reduz a pressão sobre a moeda. "O próprio crescimento econômico com o crescimento das importações" atuarão sobre o câmbio, estima. O ministro previu que as importações devem crescer 23% mais em 2007 do que em 2006.
Para ele, o câmbio está forte com uma economia forte. "Não dá para ter câmbio fraco com economia forte". Mantega reiterou que a trajetória do País em relação ao grau de investimento também adiciona pressão sobre o real.