Se depender do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a Rodada Doha ainda não chegou ao seu estado terminal. "Não devemos perder as esperanças. Se der três semanas para apresentar propostas, é porque ainda não fracassou. Se tivesse fracasso, não daria mais tempo para discutir o assunto", raciocinou o ministro hoje, em Buenos Aires.
Segundo ele, se as propostas não forem apresentadas nesses prazos, "todos deveriam ser demitidos, porque os países têm interesse de que se avance". O ministro acredita que existe um esforço de alguns chefes de Estado, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que a Rodada de Doha não fracasse, como também existe interesse do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. "Ele é o maior interessado em que não haja um fracasso", considerou.
Em sua avaliação, as dificuldades que se apresentam neste momento para se chegar a um entendimento nas negociações comerciais são "uma tática utilizada por negociadores em todo o mundo: jogam duro para ter mais vantagens dos adversários". Mantega disse ainda que o Brasil já demonstrou que está fazendo a sua parte e disposto a negociar. "Agora, tem que ter as outras partes", salientou.
Troca de banco
Mantega confirmou que o governo estuda alternativas para ampliar a portabilidade das informações cadastrais, mecanismo que faculta ao cliente bancário levar seu cadastro de um banco para outro, o que facilita a troca de instituição.
A ampliação da portabilidade está no contexto de medidas para incrementar a competição bancária e, com isso, promover o barateamento do crédito, mas o ministro evitou maiores comentários sobre a proposta. "Isso é novo. Antes de viajar, minha equipe estava trabalhando no assunto, mas não tenho conhecimento sobre o que foi divulgado", esquivou-se.