O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (5), em entrevista coletiva, que a edição de medida provisória (MP) que liberou, ontem, R$ 1,5 bilhão do Orçamento para gastos é de rotina e não tem impacto eleitoral e político. "Ninguém está olhando para isso", disse o ministro. "Não vejo como isso pode ter impacto eleitoral", acrescentou, referindo-se à liberação, por exemplo, de R$ 148 milhões para prevenção da gripe aviária e de R$ 539 milhões para pagamento de serviços prestados pela Caixa Econômica Federal ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Segundo Mantega, a MP foi editada com base em avaliações das receitas do governo em setembro, que, segundo ele, apresentaram melhora. Por isso, na avaliação do ministro, não há incoerência da MP com o corte de R$ 1,6 bilhão que o governo fez em setembro. Mantega explicou que o corte foi feito com base em um relatório bimestral de julho e agosto que o governo enviou ao Congresso em setembro. Naquele momento, segundo ele, foi detectada uma queda das receitas em relação ao que o governo havia projetado para o período.
O ministro da Fazenda acrescentou que os gastos autorizados pela MP de ontem estão no "espaço orçamentário" que permite "fechar as contas" com o superávit primário dentro da meta de 4,25% fixada para 2006. Ele disse que, se o próximo relatório de receitas e despesas indicar necessidade, o governo fará outro corte nas despesas, "até maior".