Brasília – Questionado nesta sexta-feira (22) por jornalistas sobre sua autodefinição política, o presidente se esquivou de dizer se seria "de esquerda" ou não, aos 60 anos de idade. "Eu prefiro que você diga o que eu sou", disse Lula, durante café da manhã com os repórteres do comitê de imprensa do Palácio do Planalto.
O presidente afirmou que as obras de seu governo é que ajudarão a definir, afinal, sua natureza política: "Eu acho que, se ser de esquerda é defender as coisas que eu defendo na área social, eu sou de esquerda". O governo, porém, segundo ele, não é ,em qualquer hipótese, de esquerda em função do equilíbrio político no país. "O governo não é um governo de esquerda, o governo é um governo que governa em função da correlação de força política na sociedade, com forte inclinação para atendimento das demandas sociais, que é para isso que o povo me elegeu, e eu, portanto, fico feliz."
Em evento no último dia 12, Lula, fundador do PT, considerado internacionalmente como um dos maiores partidos de esquerda do Ocidente, afirmou que a tendência natural das pessoas é caminhar, politicamente, para o centro, à medida que envelhecem. ?Acho que a evolução da espécie humana é assim. Quem é mais de esquerda vai ficando mais de direita. Quem é mais de direita vai ficando mais social-democrata, mais de centro", afirmou Lula.
"Se você conhecer uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque ela está com problema. Se conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema", completou Lula, levando aos risos e aplausos uma platéia formada principalmemte por empresários, em São Paulo.
Lula relembrou uma antiga afirmação dele, sobre essa autodefinição: "Vejam, quando eu tinha 40 anos de idade, eu nunca fiz questão de carimbar na minha testa o que eu era". "Se você perguntar para mim se eu sou de esquerda ou de direita, eu vou dizer: eu sou torneiro mecânico de profissão e católico por opção religiosa, e corintiano por opção futebolística."