Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje aos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-A), durante um almoço na Residência Oficial do Torto, pressa na votação do projeto da Lei do Orçamento da União para 2006, que ainda está em fase de discussão na Comissão Mista do Legislativo.
Segundo Calheiros, Lula alertou que é preciso a aprovação do Orçamento para dar uma sinalização ao mercado. "O presidente quer sinalizar para o mercado em relação ao salário mínimo e Imposto de Renda (IR), pois ele quer agilizar investimentos e lembrou que o ano é curto por conta da legislação eleitoral", disse, lembrando que essa lei impõe restrições à liberação de recursos antes das eleições (seis meses antes).
Para tornar ágil o Orçamento e atender ao pedido do presidente, o presidente do Congresso prometeu realizar amanhã (18) um encontro com todos os líderes partidários da Câmara e do Senado para definir um calendário de votação do Orçamento. "Vamos fazer todo esforço para votar rapidamente", disse. Ainda segundo Calheiros, Lula pediu também prioridade para a votação dos projetos de alteração do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)e da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
Também de acordo com o presidente do Congresso, o presidente concordou com a iniciativa do Legislativo de alterar a tramitação de medidas provisórias (MPs). Mas pediu que qualquer mudança seja feita com base no bom senso.
Calheiros procurou minimizar o conteúdo político do almoço com Lula, afirmando que ele tem consciência do movimento no PMDB em defesa de uma candidatura própria a presidente. O presidente do Congresso, no entanto, é do grupo que defende o adiamento das prévias para maio, sob o argumento de que não há pressa para o partido definir esse tema, ao contrário do PSDB, que tem dois potenciais candidatos – o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, José Serra – pressionados pelo prazo de desincompatibilização de 31 de março.
Calheiros criticou a idéia do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), de transferir 5 para 19 de março as prévias da legenda. "Isso é uma burrice. É tiro no pé. Não queremos candidato por candidato, mas um nome que una o partido."
Sobre se o adiamento significaria ganhar tempo para uma composição do grupo governista com o presidente, o presidente do Senado indagou: "Você acha que há clima no PMDB para compor com o PSDB ou o PT?