O abandono da escola pública pelos governantes paulistas foi premeditado, disse hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante cerimônia do "Plano Nacional de Qualificação Profissional", em São Paulo, em que a Petrobras apresentou os 292 jovens aprendizes contratados por empresas integrantes do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Lula fez ataques diretos à gestão pública do Estado de São Paulo no setor educacional.

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Para o presidente, o fato de apenas 18% dos estudantes universitários paulistas estarem em instituições públicas – contra os 82% das universidades privadas – é prova do descaso dos governos. Lula afirmou que as universidades públicas paulistas contam com algo entre 91 mil e 98 mil estudantes, enquanto o Prouni, do governo federal, concedeu 64 mil bolsas no Estado em 14 meses de existência. "Nenhum país se desenvolveu mantendo a ignorância", declarou.

Lula também criticou o governo de Fernando Henrique Cardoso por ter decidido, em 1998, retirar a abertura e manutenção de escolas técnicas da competência do Ministério da Educação. "Não se pode ter apenas o faxineiro e o engenheiro. Acesso ao curso profissionalizante é a substituição da universidade para muitos jovens", disse, para justificar sua decisão de revogar a legislação e ordenar a construção de 32 escolas técnicas em todo o País.

O presidente pediu aos empresários presentes no encontro que apóiem programas de educação, como uma forma de evitar que as crianças ingressem na criminalidade – o que, na sua opinião, pode ter acontecido com os bandidos integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). "Esses bandidos que assustaram São Paulo e mataram policiais, na década de 80 deveriam ser meninos. Essas crianças não tiveram no tempo certo a sua esperança atendida", opinou.

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