O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que os depoimentos tomados hoje pela comissão mostraram que as fraudes também se estendiam a emendas nos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. A comissão ouviu hoje o delegado da Polícia Federal Tardeli Boaventura e o procurador da República em Mato Grosso Márcio Avelar, que comandam as investigações sobre o caso. A reunião ocorreu a portas fechadas, já que os processos correm sob segredo de justiça.

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"É inequívoco que as sanguessugas não atuavam só no Ministério da Saúde, mas também no FNDE. Ou seja, transporte escolar também faz parte do esquema das sanguessugas. Além disso é claro que também funcionava igualmente no Ministério da Ciência e Tecnologia, no que diz respeito à inclusão digital. Ele se referiu a aproximadamente 250 a 300 prefeituras envolvidas e, pelo menos, 60 parlamentares com condições de indiciamento", disse o deputado.

De acordo com Raul Jungmann, as quadrilhas usam o mesmo modo de operação: em conluio com políticos e servidores públicos e se aproveitando de brechas na legislação. Jungmann disse que, geralmente, os fraudadores agiam por intermédio das chamadas organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), sujeitas a um procedimento de licitação mais simples. Como a CPMI das Sanguessugas foi criada com a missão de investigar a chamada "máfia das ambulâncias", o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) ainda tem dúvidas de como a comissão vai aprofundar a apuração das novas denúncias.

Mesa

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Biscaia informou que a CPMI já aprovou um requerimento que pede o afastamento de dois membros da Mesa Diretora da Câmara suspeitos de envolvimento com a "máfia das ambulâncias". O pedido já foi entregue ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo.

"O sigilo ainda está mantido, mas os elementos probatórios apresentados foram contundentes em relação à participação de dois membros da Mesa da Câmara, e a comissão tomou a deliberação de solicitar ao presidente da Câmara o afastamento dos dois parlamentares até o término das investigações", disse.

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Biscaia disse ainda que degravações de conversas telefônicas feitas pela Polícia Federal e anotações numa agenda da empresa Planam são as principais provas contra 57 parlamentares efetivamente suspeitos de envolvimento com a "máfia das ambulâncias". Nesta terça-feira, a CPMI das Sanguessugas recebeu cópia de toda a investigação conduzida pela Corregedoria da Câmara sobre o caso. O material se junta aos documentos já apresentados pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pela Controladoria Geral da União para auxiliar o trabalho da comissão.