O presidente interino da República, José Alencar, defendeu uma investigação ampla da suposta participação do assessor especial da Secretaria da Presidência Freud Godoy com a venda de um dossiê contra o tucano José Serra e Barjas Negri. Apesar de afirmar que Freud é "uma pessoa correta", Alencar disse que não é possível desqualificar uma informação prestada por integrantes da família Vedoin, sob o risco de também serem desqualificados dados sobre o esquema sanguessuga, acusado de desvio de recursos públicos por meio da comercialização de ambulâncias.
"No momento em que se desqualifica uma informação da mesma família Vedoin, eu penso que nós corremos o risco de desclassificar tudo aquilo que foi posto por eles", alertou Alencar, citando o esquema sanguessuga. "Ou então tem de levantar todas as declarações com o mesmo critério e com a mesma profundidade", disse.
Indagado sobre a sua opinião a respeito do suposto envolvimento de Freud com o dossiê, Alencar disse que ninguém pode concordar com isso. O presidente interino disse que a informação é "gravíssima", mas, segundo ele, não significa que seja um fato. "O que nós queremos é que haja uma investigação não só profunda como urgente a respeito desse assunto. Porque isso é uma coisa que está acontecendo na antevéspera da eleição", comentou.
Segundo ele, a Polícia, o Ministério Público e o Judiciário têm de ter liberdade na investigação. "Acho que o Brasil precisa conhecer isso, trazer isso claramente para que o Brasil inteiro conheça com clareza o que aconteceu e de forma insofismável", disse. "Eu fiquei triste quando fiquei sabendo que há citação de um rapaz que ajudou na campanha (Freud). Eu me lembro dele. E sinceramente não posso jamais ligar esse rapaz a qualquer coisa desse tipo", afirmou Alencar.