O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), criticou a nota em que o Exército comentou as fotos divulgadas domingo (17) pelo jornal “Correio Braziliense” que mostram humilhações sofridas pelo jornalista Wladimir Herzog supostamente antes de morrer, em 1975, nas dependências do Departamento de Operações e Informações (DOI) e Centro de Operação e Defesa Interna (Codi) do 2.º Exército, em São Paulo.

O comunicado do Exército classifica de “revanchismo” a divulgação das fotografias, justifica as “operações de inteligência” do regime de exceção como defesa de um governo “legalmente constituído ” e afirma que não haveria registro de ocorrência de mortes durante as gestões militares. João Paulo, em entrevista, afirmou: “Acho que a nota foi muito infeliz e se reporta a um tempo que não existe mais no nosso País. A minha impressão é de que ela não tem correspondência no Comando do Exército. O general Albuquerque, certamente, não partilha do teor daquela nota”, disse, referindo-se ao comandante do Exército, Francisco Albuquerque.

O presidente da Câmara considerou “lamentável” o comunicado. “O que nós precisamos é de reconhecer que as Forças Armadas têm um novo papel no novo mundo em que estamos”, afirmou, após reunião, em sua residência oficial, com os líderes da base aliada e o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo. O líder do PT na Câmara, Professor Luizinho (SP), disse que o Exército deve divulgar ainda hoje uma nova nota sobre o assunto.

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