Para Genro, PAC da segurança não terá efeito no curto prazo

O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu nesta sexta-feira (4) que o conjunto de projetos ligados à segurança pública, que será lançado pelo governo no dia 31 de maio, não terá resultados no curto prazo. Segundo ele, ações de efeito imediato são obtidas somente por meio da autoridade policial, cujas atividades "não resolvem, mas equilibram a situação".

"O PAC da segurança, como vocês estão chamando, é um conjunto em torno de 15 projetos, que não prometem nenhum resultado a curto prazo", afirmou o ministro, após participar da solenidade de entrega de 300 veículos especiais para Polícia Rodoviária Federal na sede da General Motors, em São Caetano do Sul, em São Paulo. Segundo o ministro, os projetos terão grande efeito nas regiões metropolitanas das grandes cidades brasileiras. Mas, ressaltou ele, exigirão um trabalho conjunto de autoridades municipais, estaduais e federais, para obter os resultados pretendidos, "sempre a médio e longo prazo".

Como exemplo, Genro citou um projeto que pretende articular funcionários ligados à saúde e à assistência social, a ser executado na rede de postos de saúde da família. "Em convênio com o Ministério da Saúde, nós podemos alocar, por exemplo, assistentes sociais para buscar as famílias dos jovens que estão em situação de risco social, para integrá-los em programas do governo federal, atacando, portanto, uma fonte originária de reprodução da criminalidade", declarou.

Interface

Genro destacou, entretanto, que os projetos só funcionarão em interface com os demais ministérios do governo e disse ser possível atender o desejo do Ministério dos Esportes, que pleiteia recursos para reforçar a segurança dos estádios de futebol, visando a Copa de 2014. Questionado sobre de onde viriam os recursos destinados para a efetivação deste projeto, o ministro foi enfático: "Em primeiro lugar, a aplicação destes projetos é de médio e longo prazo, portanto, ele será desdobrado em módulos", disse.

"Em segundo lugar, estou alicerçado em uma frase do presidente Lula. Quando ele me mandou trabalhar neste projeto, ele disse ‘Me apresente projetos bons, que dinheiro eu arrumo’. E isso tem ocorrido", disse, lembrando sua atuação diante do Ministério da Educação, durante o primeiro mandato de Lula, para criar o Fundeb.

Fundo

O ministro garantiu ainda que vai trabalhar pela criação de um fundo, cujo objetivo será suplementar recursos para o pagamento de piso salarial para os policiais. Genro rejeitou as críticas ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que, segundo a Anistia Internacional, não foi implementado até o momento, apesar de ser um bom projeto. "Em relação a isso, a Anistia está equivocada. O primeiro grande movimento do Susp é a instalação dos gabinetes integrados de segurança pública nos Estados. Hoje, temos os gabinetes operando em mais de 80% deles", observou.

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