O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse nesta quarta-feira (26) que o pacote cambial anunciado nesta quarta-feira, que permite que 30% dos recursos dos exportadores permaneçam no exterior, "é um começo", mas reconheceu que o ideal seria que a faixa ficasse entre 50% e 60%. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) fez levantamento pegando as 200 maiores exportadoras e a percepção foi de que, para a maioria das empresas, esse primeiro patamar é suficiente.
Ele citou, contudo, que setores exportadores de petróleo, equipamentos eletrônicos, material de transporte, e automotivo, além da Embraer, que também importam muito, "teriam necessidades de percentuais maiores". "Aí vai ter um período de experiência e avaliação do efeito e provavelmente a partir dessa avaliação poderá haver uma liberalização", afirmou, ao citar que a medida provisória prevê que o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá chegar a até 100% se for o caso.
Ao ser questionado sobre qual patamar seria o ideal, ele respondeu que "o número ideal seria entre 50% e 60%, mas, como disse, 30% é um bom início para se poder avaliar isso". Segundo ele, a medida representa um ganho para as empresas, com relação a custos. As declarações foram feitas depois de Furlan participar do evento Doing Business, no Rio.
"Acho que (o pacote) também ampliou o que os exportadores pediam porque permite não apenas a compensação com as importações mas também até com investimentos no exterior. A regulamentação vai dar o detalhe, mas empresa que tem investimento no exterior poderá utilizar recursos de exportação para fazer os investimentos e com isso evitar desnecessários custos financeiros", afirmou Furlan.