O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) médio da indústria paulista, apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cresceu para 84,1% em junho ante 83,7% em maio e 78,6% em junho de 2003. O crescimento, segundo o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da entidade, Claudio Vaz, está longe de significar um esgotamento da capacidade produtiva da indústria. “Já trabalhamos acima desse nível muitas vezes”, afirmou. Ele descarta que a diminuição da ociosidade signifique necessariamente aumento de preços. “Não haverá inflação porque ainda temos uma forte restrição de renda e emprego para o aumento do consumo”, afirmou Vaz.
Vaz diz que na indústria manufatureira há formas rápidas de elevar a produção, como aumento nos turnos de trabalho, contratação de trabalhadores e eliminação de um ou outro gargalo que às vezes limita a capacidade produtiva. Já setores como siderurgia, metalurgia e papel e celulose, de bens intermediários, talvez tenham de, num primeiro momento, descolar parte das exportações para atender uma eventual retomada do mercado interno.
De acordo com a Fiesp, os maiores Nuci de junho foram registrados pelas indústrias de material de transportes (90%); papel e papelão (89,9%) e têxtil (88,2%). Sobre a ata do Copom divulgada hoje (29), que destaca a possibilidade de manutenção e e ventual aumento dos juros, Vaz comentou que o documento “não traz nada além de reiterar a visão pró-mercado financeiro e não considera que a inflação sofre impacto direto dos preços do petróleo e de outras commodities que não podem ser controlados pela política monetária.”
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