Para Felipão, não há racismo dentro de campo

Quando o técnico Luiz Felipe Scolari chegou hoje à entrevista coletiva no Expo Center Norte, em São Paulo, a pergunta inicial não foi surpresa nenhuma. Estaria ele indo para o Corinthians? A resposta negativa já era esperada, mas foi uma outra resposta que levantou polêmica. Perguntado sobre o racismo no futebol, Felipão surpreendeu. "Vai dar polêmica", alertou, emendando logo em seguida. "Fora de campo tem que tomar alguma atitude. Mas dentro do campo é uma grande palhaçada; o palavreado é outro mesmo. Não tem nada de racismo."

A declaração de Felipão foi uma clara crítica ao que aconteceu há um mês no Morumbi, no jogo entre São Paulo e Quilmes pela Libertadores, quando Grafite acusou o argentino Desábato de racismo e o zagueiro foi preso logo após o término da partida. "Em campo se diz coisas muito piores do que aconteceu, ou pode ter acontecido. Deixa o futebol dentro de campo e não começa com frescura, que isso é bobagem". Hoje, aliás, a Justiça Brasileira determinou que Desábato poderá responder o processo de injúria por agravante de racismo da Argentina.

Se Felipão acha que na hora da partida não há racismo, não é o que acontece fora das quatro linhas. "Fora de campo eu sei que isso ocorre, e precisa acabar. E não é apenas fora do Brasil. Quantos técnicos negros são contratados aqui?", questionou o treinador da seleção portuguesa.

Enquanto o caso Grafite sofreu graves críticas de Felipão, o craque Ronaldinho Gaúcho só recebeu elogios. Para o técnico, Ronaldinho é um exemplo a ser seguido por todos os atletas. "Ele está cada dia melhor. Cada jogo do Barcelona com o Ronaldinho é para ver e aprender, para passar aos outros jogadores. É muito bonito ver ele jogar", disse Luiz Felipe Scolari, que elogiou também o português Cristiano Ronaldo, atualmente no Manchester United. "Em um ou dois anos ele será escolhido para melhor do mundo. Tem uma força incomum, dribles desconcertantes, é bom no alto. Tem tudo para ser o melhor".

Totalmente descontraído na entrevista, Felipão só não gostou de entrar no assunto seleção brasileira. "Esse não é um assunto que eu participo", disse o treinador, questionado sobre quais jogadores que estão em Portugal poderiam vestir a camisa amarela.

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