Brasília – O embargo temporário a alguns tipos de carne argentina, por causa de um foco de febre aftosa na província de Corrientes, não afetou o comércio desse produto entre o Brasil e a Argentina. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (27) pelo diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.
Nesta semana, o Ministério da Agricultura confirmou que o embargo, que começou em fevereiro do ano passado, foi retirado, já que, no último mês, a Argentina ganhou o status de país livre de febre aftosa, concedido pela Organização Internacional de Saúde Animal.
O motivo é que os Brasil continuou a importar produtos permitidos, como industrializados ou carne sem osso. Segundo Camardelli, são produtos como o entrecôte (corte de carne semelhante ao contrafilé) e a picanha, que o Brasil ainda não produz com a mesma qualidade que a Argentina. Esse cortes são importados principalmente para consumo em restaurantes.
?São produtos que normalmente já vinham ao Brasil. Pelas características raciais que predominam em grande parte do [rebanho bovino] brasileiro, ainda não conseguimos apresentar um produto com gosto e maciez, apesar do trabalho que se está fazendo para chegar a isso. A importação supre a necessidade de mercado, pontualmente?, disse Camardelli.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, apesar do embargo, em 2006, o Brasil exportou US$ 41,3 milhões e importou US$ 35,7 milhões daquele país.
O Brasil tinha suspendido o ingresso de animais vivos e de seus produtos e subprodutos, suscetíveis à febre aftosa (bovinos, suínos, caprinos, ovinos e bubalinos), originários ou procedentes da Província de Corrientes, na Argentina, a 280 quilômetros do Rio Grande do Sul. Também ficaram suspensas as importações de toda a Argentina de animais vivos, sêmen, carne com osso, carne não industrializada.
