O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, disse hoje que não é favorável à realização da convenção extraordinária do PMDB, marcada para o dia 12. "Acho que a convenção não vai acontecer nem deve acontecer. Senão, vai servir apenas para troca de desaforos", disse, na gravação do programa "Jogo do Poder", da Central Nacional de Televisão (CNT) que vai ao ar hoje, às 20h30.
Segundo Oliveira, seria "uma irresponsabilidade" se o partido deixasse o governo. "O apoio não é somente ao presidente Lula, é ao Brasil", afirmou. "No momento em que o País apresenta crescimento sustentável, o PMDB vai tirar a sustentação do governo? A serviço de quê, a serviço de quem?", questionou. Ele disse que a divisão na legenda é clara. "Todo mundo sabe quais são os grupos e quem apóia quem dentro do PMDB. Então, não precisa explicitar isso numa convenção."
Segundo Oliveira, existe uma lista de 20 senadores peemedebistas, que atestam a vontade de continuar apoiando a administração federal. Esta seria também, de acordo com o ministro das Comunicações, a posição da maioria da bancada na Câmara. "Temos maioria nos diretórios regionais, na executiva nacional e no conselho de política." Oliveira disse que trabalhará até o dia 12 pelo entendimento entre os integrantes da sigla. "Eu espero que o bom senso prevaleça", afirmou.
Para o ministro, a ampliação do Produto Interno Bruto (PIB) reforça a posição da ala da agremiação que defende a permanência do PMDB no Poder Executivo. "Fortalece aqueles que querem uma verdadeira construção positiva para o Brasil e aqueles que sabem que não dá para fazer política com o fígado." Oliveira afirmou que este não é o momento para discutir a eleição presidencial de 2006. "Estamos na metade do governo é já começamos a discutir eleição?", questionou.
Segundo o ministro, mesmo que o partido decida, eventualmente, romper com o Executivo, não teria um nome nacional. "O PMDB tem muitos nomes importantes, mas todas lideranças regionais." De acordo com Oliveira, uma candidatura a presidente da República precisa ser construída ao longo dos anos. "É preciso andar quatro, cinco, seis anos nesse Brasil inteiro. O presidente Lula, quantas andanças fez pelo Brasil?" A legenda, segundo o ministro, perdeu a oportunidade de disputar com chances a Presidência nas eleições de 1998, quando decidiu apoiar a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Não dá para imaginar que nós temos agora disponibilidade de um nome nacional, com consistência, a curto prazo", afirmou. Segundo Oliveira , o momento é de fortalecer a sigla e de ocupar-se na construção da unidade nacional em torno de um nome da agremiação para as eleições presidenciais de 2010. Enquanto isso, na opinião do ministro, o PMDB continuaria apoiando o Palácio do Planalto e uma eventual reeleição de Lula em 2006. Oliveira não quis entrar em detalhes sobre a reforma ministerial. "A certeza que tenho é que fico na Esplanada dos Ministérios, já que tenho mandato de deputado federal."