Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), defendeu hoje na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que os advogados Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Sousa Rachado sejam expulsos da entidade.

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Os dois são acusados de terem comprado o depoimento de uma sessão reservada da CPI e repassado a líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A cópia do depoimento teria sido comprada de Artur Vinícius Pilastre Silva, ex-técnico de áudio da Câmara, por R$ 200.

Segundo ele, os deputados da comissão acreditam que os advogados são integrantes da facção criminosa. "Na nossa CPI, acredito que nenhum componente tenha qualquer dúvida sobre isso", disse.

A afirmação foi rebatida pelo presidente da OAB, Roberto Busato, para quem está havendo má-vontade com relação aos advogados. "Os advogados não estão sendo tratados com dignidade em alguns casos. Não me parece que eles cometeram um crime para serem encaixados dessa forma. Cometeram, talvez, em tese, delitos éticos, e deverão ser devidamente analisados e julgados por esse motivo perante a Ordem dos Advogados do Brasil", disse.

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Ele classificou como "exagero" a decisão da justiça federal de apreender os passaportes de Weslei da Cunha e Rachado. "Está havendo um certo exagero com relação a isso, pelos fatos que cometeram e que estão sem julgamento ainda. Eles estão pagando uma pena bastante excessiva".

De acordo com Busato, será criada uma comissão da OAB para apresentar sugestões aos parlamentares. O documento deverá ser entregue antes do relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), concluir o relatório final, previsto para o dia 3 de julho. No próximo dia 19, a OAB-SP irá julgar o processo ético-disciplinar aberto contra os dois advogados.

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