O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eusébio Scheid, chegou no meio da tarde ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, de onde partirá às 17h05 em um vôo da Air France para Roma. Um dos quatro cardeais brasileiros que vão eleger o novo papa, Scheid vai acompanhar o funeral de João Paulo II. Ele não quis fazer comentários sobre o possível sucessor e disse que a escolha "está nas mãos do Espírito Santo". Porém, deixou escapar algumas características que acha fundamentais para o novo papa, entre elas, a preocupação com os jovens, com as questões sociais e científicas e com a mídia. "O papa não poderá ser uma pessoa fechada só em cima de questões doutrinárias. Tem que estar aberto à problemática humana e científica", declarou.
Indagado se gostaria de ver um brasileiro escolhido como novo líder da Igreja, afirmou que não saberia responder e disse: "Não olho nem cor, nem lugar, nem língua", afirmou ele.
Scheid não sabe se vai permanecer em Roma até o conclave (reunião de cardeais para escolher o novo papa) ou se volta ao Brasil. Como a eleição do novo pontífice pode acontecer até 15 dias após a morte de João Paulo II, o arcebispo considerou a hipótese de retornar ao Brasil e depois seguir novamente para Roma. Embora tenha sido convidado para viajar na comitiva presidencial, o arcebispo do Rio viaja hoje à tarde em vôo comercial. Segundo ele, o convite não foi aceito porque não houve coincidência "nem de horários nem de interesses", disse ele sem dar mais detalhes.