A integrante da direção-executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Lúcia Reis considerou positivos os resultados da reunião entre sindicalistas representantes de servidores públicos federais em greve e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "O ministro ouviu todas as entidades filiadas à CUT e a própria direção da central, apresentou disposição de que as negociações tenham curso".
Segundo ela, uma das reivindicações é a retomada das discussões no âmbito da Mesa Nacional de Negociação Permanente, criada em 2003. "A criação da mesa é muito importante, é algo inédito, porque pela Constituição os trabalhadores não têm direito à negociação coletiva. Mas o que nós estamos reclamando é que neste ano a gente não está vendo o governo apresentar efetivamente qualquer proposta", disse Lúcia, ao acrescentar que as negociações tiveram andamento apenas para algumas categorias.
Já o diretor de Operações da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Sandro Alex de Oliveira César, definiu como "desastrosa" a reunião com Paulo Bernardo. "O ministro resolveu dizer que não tem recurso para atender as reivindicações".
Segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), os trabalhadores em greve reivindicam a reposição de perdas, a criação de uma política salarial com incorporação das gratificações aos salários, a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas, assim como a realização de novos concursos públicos.
Servidores dos ministérios da Saúde, Trabalho e Previdência também paralisaram hoje (2) as atividades por tempo indeterminado. Eles reivindicam uma nova tabela salarial a partir da incorporação da integralidade do Plano de Cargos e Salários, a incorporação de todas as gratificações e a complementação do salário-mínimo.