O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, classificou de "esquisita e mal contada" a denúncia de que
haveria um esquema de propina nos Correios, que seria operado pelo presidente do
PTB, Roberto Jefferson (RJ).

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"É uma história mal contada. Uma coisa
esquisita, até ridícula. Dentro do serviço público fazer uma operação de R$ 3
mil, falando no nome de um monte de gente. Uma pessoa meia desqualificada. Eu
acho que tem que tomar cuidado", afirmou ele, durante festa de lançamento de
revista que traz balanço de seu mandato no biênio 2003/2004.

Cunha
sugeriu que a denúncia tenha sido uma armação. "Eu não quero afirmar isso, mas é
um troço meio ridículo", insistiu ele. O petista disse não saber a quem o caso
poderia interessar.

Para o deputado petista, as investigações têm de ser
feitas. Ele, porém, não defende, neste momento, uma abertura de Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. "Não há muita razão neste
momento porque já tem uma série de instituições apurando e que vão apurar cada
vez mais", justificou.

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"A informação de hoje é que está começando a
apuração pela Polícia Federal e a Controladoria Geral", acrescentou. Na opinião
do parlamentar, o momento agora é de "cuidar de trazer paz ao governo e ao
Brasil".

Já o ex-presidente da República e senador José Sarney (PMDB-AP)
cobrou do governo Lula uma posição "enérgica" em relação às denúncias envolvendo
o PTB e os Correios. "Isso é ruim para o governo e para a classe política",
comentou ele, classificando esse tipo de corrupção de "extremamente lamentável".
Em relação à abertura de CPI, Sarney disse que trata-se de uma prerrogativa do
Congresso e que se houver número suficiente de assinaturas, deve ser
feita.

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O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem que o PTB
vai dar explicações sobre o caso "na tribuna da Câmara" e insistiu que as
investigações já estão sendo feitas e que medidas também estão sendo tomadas.
Genoino afirmou ainda que os Correios já tem comissão de sindicância instalada e
que a Polícia Federal está acompanhando o caso.

"A própria Câmara dos
Deputados, através do Conselho de Ética, pode investigar e também o próprio
Ministério Público", comentou ele, que não falou em CPI.