Pará cria a maior área protegida do mundo

O governo do Pará criou ontem sete unidades de conservação estaduais, concentradas especialmente ao norte da calha do Rio Amazonas. Elas totalizam 15 milhões de hectares de floresta amazônica resguardados, uma área maior do que o Ceará.

Grudadas a outras unidades antigas e terras indígenas no Pará, Amapá e Amazonas, formam o maior bloco de florestas tropicais sob preservação do mundo, num corredor ecológico que, por enquanto, conta com 16,5 milhões de hectares.

É um conjunto de superlativos. A maior unidade de conservação de floresta tropical do mundo nasce na calha norte do Amazonas: a Estação Ecológica Grão-Pará, com 4,2 milhões de hectares, desbanca o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá, com 3,9 milhões.

É também um desenho confortável para o Estado que figura entre os campeões de desmatamento da Amazônia. A maioria está numa região pouco modificada pelo homem e que sofre quase nenhuma pressão. Das sete novas unidades, apenas Grão-Pará e sua vizinha Reserva Biológica Maicuru (a maior da categoria no Brasil, com 1 1 milhão de hectares) são de proteção integral, onde não será permitida nenhuma atividade extrativista. Nas demais, a exploração econômica da floresta é prevista e esperada

São quatro Florestas Estaduais (Flotas), de onde se poderá retirar madeira com planos de manejo aprovados pelo governo: Paru, com 3,6 milhões de hectares; Trombetas, com 3,1 milhões; Faro, com 636 mil; e Iriri, com 440 mil. Um projeto de lei prevê a criação de um órgão com o único fim de acompanhar esta atividade no Estado, o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor).

Para completar o grupo, ainda há a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, com 1,6 milhão de hectares, onde atividades econômicas são permitidas em área pública e privada dentro de um plano de gestão.

A previsão do governo estadual era anunciar outras duas unidades de conservação, que acrescentariam 1,4 milhão de hectares ao bloco preservado. Uma decisão do juiz federal de Altamira (PA), Herculano Nacif, no fim de semana vetou sua criação. A liminar atende pedido do procurador da República, Rafael Rayol, que alega ser a proposta do governo benéfica à exploração ilegal de madeira.

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