Brasília ? Nos empréstimos feitos pelas empresas de Marcos Valério no banco BMG houve renovação de débitos sem pagamento de juros, garantias insuficientes e grau de risco inadequado. A informação está no balanço das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios apresentado hoje (21) pelo relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O documento mostra que em outros bancos também houve irregularidades.
Em outro banco, o Rural, além da insuficiência de garantias e do grau de risco considerado inadequado, houve 11 renovações sucessivas sem amortizações nem pagamento de juros. As garantias eram calculadas com base no valor dos contratos e não na remuneração da agência e foram negociadas renovações de contratos com garantias vencidas. Por exemplo: o contrato nº 0704/0009/03, assinado em 29 de dezembro de 2003, venceu em 21 de setembro de 2003. Para esse contrato, foi dada como garantia um contrato de publicidade com o Banco do Brasil.
O relatório parcial mostrou que, entre 1997 e agosto de 2005, o esquema de Marcos Valério teve uma movimentação financeira de R$ 2,6 bilhões. Em 2003 e 2004, a DNA apresentou crescimento de 28% e 82%, respectivamente, sobre o faturamento de 2002. Além disso, contratos firmados entre a DNA e o Banco do Brasil foram oferecidos como garantia de dois empréstimos no Banco Rural. O Banco do Brasil afirmou não ter conhecimento de tais garantias.