O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal-arcebispo d. Geraldo Majella Agnelo, qualificou o governo Lula como o "mais submisso" aos banqueiros da história do Brasil. "Acho que nunca houve um governo tão submisso às condições impostas pelos credores do que esse", declarou hoje (2) na capital baiana, acrescentando que "nenhum banco foi à falência" no governo Lula.

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D. Geraldo é o terceiro dirigente da CNBB a criticar o governo esta semana, durante o lançamento da campanha da fraternidade. Ontem (1), o secretário-geral d. Odilo Scherer disse que Lula transformou o País num "paraíso financeiro" e o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, classificou o pífio crescimento do PIB no ano passado de uma "surpresa desagradável". D. Geraldo garantiu que a CNBB não faz oposição ao Planalto, mas apenas chama a atenção para os problemas enfrentados pelo Brasil, principalmente na área social.

Ele aproveitou a resposta de assessores de Lula (que mandaram a CNBB se preocupar em cuidar do caso do padre José Pinto, o religioso rebelde afastado da igreja da Lapinha) para atacar o principal programa social do Planalto, o Bolsa Família. "Estamos preocupados com o padre Pinto, queremos o bem dele, mas queremos também que os governantes se preocupem e não queiram a desgraça de ninguém, pois as pessoas têm direito a uma vida digna e justa, que cada um participe, não seja um parasita e receba dinheiro para não fazer nada", disse. O presidente da CNBB acha que o Bolsa Família é assistencialista. "Quem está com fome deve receber seu alimento e não ser estimulado a não fazer nada, ganhando R$ 60, R$ 80 por mês. Dê trabalho para todos", pregou, assinalando que "não pode louvar" programas se forem "politicalha para ganhar votos".

Apesar das críticas, d. Geraldo disse não poder pensar "que Lula não queira bem ao Brasil, já que vem da pobreza, mas é preciso mudar a política econômica".

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