Para Ciro Gomes, criar bloco por cargo na Câmara é “tragédia”

O ex-ministro e deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE) disse nesta quarta-feira (31) que há sinais de fisiologismo na formação, às vésperas da eleição da Mesa da Câmara, de blocos partidários na Casa. Para Ciro, o surgimento de blocos poderia ser uma boa iniciativa para organizar a atividade política dos partidos, não para a conquista de cargos. Do contrário, contribuirá ainda mais para o descrédito do Legislativo. "Se esses blocos se formam apenas para confrontar hoje, de maneira absurdamente fisiológica, esse ou aquele carguinho na Câmara e os penduricalhos que isso representa, isso é uma tragédia.

"Só reafirma para a opinião pública que parte importante dos políticos quer transformar de uma vez por todas a política num fim em si mesmo", afirmou o ex-ministro.

Ciro disse não entender muito do funcionamento da Câmara, por não ter exercido ainda o mandato de deputado, e não acreditar na continuidade da atuação dos blocos após o preenchimento dos cargos na Câmara. Afirmou que apenas o bloco do qual fazem parte PDT, PCdoB e o seu PSB têm compromisso com a atuação política na próxima legislatura e lamentou a ausência do PT. "Lamentavelmente, a marcha da insensatez não permitiu.

Para Ciro, a formação de blocos não altera a tendência de que haja segundo turno na eleição dos integrantes da Mesa da Câmara, amanhã. "Não mudou nada. Vai todo mundo votar em quem já ia votar." O ex-ministro minimizou a probabilidade de seu bloco ficar com poucas posições na Mesa. "Eu acho adorável. Esse negócio de cargo me enoja, tenho horror a isso", afirmou.

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