Para Chinaglia, debate sobre emenda 3 está ‘enriquecido’

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), elogiou nesta terça-feira (1.º) o debate sobre a emenda 3, com a expansão do tema para outros setores, além do Congresso Nacional. Segundo ele, o debate de agora em diante será "feito em outro nível, um nível melhor, com toda a sociedade".

Aprovada pelos parlamentares no contexto da criação da Super Receita, a emenda proibia os auditores fiscais de autuar ou fechar empresas prestadoras de serviço constituídas por uma única pessoa, quando entendessem que a relação de prestação de serviços com outra empresa caracterizava uma relação trabalhista.

O presidente da Câmara ressaltou que as questões sindicais devem ser discutidas antes da reforma trabalhista. "Antes de discutir questões de legislação trabalhista, temos que discutir legislação sindical. O Brasil ainda é um país muito atrasado em termos de direito de organização sindical", justificou. "Não há temas proibidos no debate com a sociedade, mas não vou partir da idéia de que o custo Brasil é dos trabalhadores.

Chinaglia avaliou que as centrais sindicais estão mais conscientes e rejeitou o diagnóstico de que elas estejam acomodadas, priorizando a aproximação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Durante a crise política (escândalo do mensalão), aqueles que imaginavam que poderiam trabalhar o tema do impeachment do presidente encontraram uma forte resistência por parte do movimento sindical. Portanto, longe de ser uma acomodação, acho que é uma consciência", sustentou.

"O 1º de Maio é um dia de luta dos trabalhadores. Mesmo quando há o que comemorar, ele não pode abdicar de lutar pelas suas condições, de lutar por uma vida digna", acrescentou. Depois de admitir que o País "está entre os três piores países do planeta em distribuição de renda", Chinaglia enfatizou que "o Brasil precisa de geração de empregos, formalizar o trabalho e distribuir renda".

O petista elogiou o tema "Trabalhadores em defesa do planeta Terra", abordado pela Força Sindical nas comemorações de 1º de Maio. Segundo ele, apesar de não ser um discurso tradicional dos partidos políticos nem das centrais sindicais, é um tema que deve ser discutido. "Comemoro que a partir de agora seja", finalizou.

A festa da Força Sindical na Praça Campos de Bagatelle, zona norte de São Paulo, já reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas no local, segundo informações da Polícia Militar. Além de Chinaglia estiveram presentes o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o secretário estadual de Emprego e Relação do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, e o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

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