Para atingir meta, valor do Bolsa-Família caiu 19%

Para que o governo atingisse a alardeada meta de 11,1 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa-Família, o valor médio dos repasses caiu de R$ 75,43, em 2003, para R$ 61,02, neste ano. A queda de 19,10% no valor pago se explica pela inclusão de um grande número de famílias extremamente pobres no cadastro oficial do programa.

Com orçamento de R$ 8,3 bilhões em 2006, o Bolsa-Família é hoje o principal trunfo eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas está numa encruzilhada: a enorme dificuldade de cobrar as contrapartidas das famílias beneficiadas e a busca de uma "porta de saída" para sair da tutela oficial.

O Bolsa-Família só cresceu: começou em outubro de 2003, com 3,6 milhões de famílias inscritas. O total de beneficiados saltou ano a ano: 6,5 milhões em 2004, 8,7 milhões em 2005 e os 11,1 milhões agora. O custo disparou dos R$ 3,5 bilhões iniciais para R$ 8,3 bilhões.

Quando se fala na busca de uma porta de saída, os próprios números do projeto expõem essa possível falha: após três anos, apenas 2 mil famílias (0,018% do total) abriram mão voluntariamente do benefício, por terem melhorado de vida e ultrapassado o limite máximo de renda de R$ 120 por pessoa. O Ministério do Desenvolvimento social excluiu mais 250 mil famílias que estavam acima do limite de renda máximo, mas não se descredenciaram.

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