A maioria dos argentinos tem uma opinião desfavorável do presidente americano, George W. Bush, embora reconheça a necessidade de se manter relações estreitas com os Estados Unidos, segundo uma pesquisa sobre política externa divulgada hoje. Na outra ponta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o favorito dos pesquisados. A sondagem, intitulada "A opinião pública argentina sobre política externa e defesa", também revela um crescimento da popularidade do líder venezuelano, Hugo Chávez, em relação a pesquisas anteriores.
A sondagem anual, realizada pelo Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI), mostra que em 2006, 72% dos 1.616 entrevistados em todo o país têm uma opinião desfavorável de Bush, seguido pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, com 62%, e o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, com 59%. Consultados sobre a atual relação entre seu país e os Estados Unidos, 43% consideraram que não prejudica nem beneficia a Argentina, embora coloquem esta nação, junto com Chile, entre as duas primeiras com as quais deveria manter vínculos mais firmes e estreitos depois de Europa e Brasil.
Com relação ao Brasil, a maioria dos argentinos acredita que será a nação da América Latina com maior protagonismo no campo internacional nos próximos 10 anos e tem Lula como favorito entre os líderes estrangeiros. O presidente brasileiro conta com uma imagem favorável para 66% dos argentinos, seguido pelo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero (62%) e Chávez (59%). Depois aparecem a chanceler alemã, Angela Merkel, o líder cubano Fidel Castro, e a presidente do Chile, Michele Bachelet.
Segundo o CARI, Chávez mostrou um notável crescimento com relação à última pesquisa. Na mão inversa está o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, que atualmente não desfruta da simpatia dos argentinos devido à construção de uma fábrica de celulose na margem do Rio Uruguai, suspeita de danificar o ecossistema da região.
O CARI destaca que a chamada "Guerra das Papeleiras" é um dos "eventos mais destacados da política externa argentina no último ano". Entretanto, 49% dos entrevistados apóiam a instalação da fábrica caso seja acompanhada com controle ambiental, que trata-se da proposta original do governo uruguaio. 37% rechaçam a iniciativa. Com relação ao processo de integração regional, 86% afirmaram que é "importante" fazer parte do Mercosul e 49% consideram que o bloco será beneficiado com a incorporação da Venezuela.