O mercado financeiro começa a trabalhar com a possibilidade de aumentos nos preços da gasolina e do diesel este ano. Segundo analistas, há uma defasagem entre 15% e 20% nos preços internos com relação às cotações internacionais. A maioria acredita, porém, que a Petrobras vai esperar as eleições antes de anunciar mudanças. Ontem, a estatal anunciou aumento de 1,2% no preço do querosene de aviação (QAV), que é alterado todos os meses.

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É consenso entre os analistas que a manutenção dos preços da gasolina e do diesel prejudicou o desempenho da companhia no primeiro semestre. "Nossa principal decepção com relação ao resultado do segundo trimestre refere-se às margens de refino", afirmou, em relatório distribuído ao mercado, o analista do banco UBS Gustavo Gattass. Na sua opinião, o desempenho da empresa no período foi prejudicado pela falta de reajustes.

A empresa de avaliação de riscos Austin Rating calcula uma defasagem média de 19,8% nos preços internos. "Entretanto, por conta do pleito eleitoral, bem como pelo cenário ainda instável no Oriente Médio, acreditamos que a Petrobrás deverá anunciar reajuste no preço dos combustíveis apenas no último bimestre", diz relatório da instituição. A Austin trabalha com a possibilidade de reajustes entre 10% e 15%.

O analista Guilherme Martins, da corretora Ativa, fala em 10%. Gasolina e diesel não são reajustados desde setembro do ano passado, quando o petróleo oscilava na casa dos US$ 60 por barril. Ontem, o petróleo Brent fechou o dia a US$ 74,39, US$ 1 33 mais barato do que no pregão anterior, já refletindo o cessar-fogo no Oriente Médio.

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A Petrobras não abre seus dados sobre preços, mas na divulgação do balanço do segundo trimestre informou que o preço médio de realização (média de todos os produtos vendidos pela companhia), estava em US$ 70,7 por barril, enquanto o Brent médio do período foi de US$ 69,6 por barril. A falta de repasses à gasolina e ao diesel, diz relatório da Merril Lynch, foi responsável pela queda de 20% no resultado do primeiro semestre da área de abastecimento, com relação ao mesmo período do ano anterior.

Desde então, a cotação do petróleo só fez subir, sem acompanhamento no Brasil. Em entrevista na sexta-feira passada, o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou, no entanto, que a alta das cotações é fruto de crises pontuais, como a guerra no Líbano, e que podem ceder ao fim do conflito. Por isso, disse, a empresa vai esperar antes de definir por reajustes.

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A Agência Nacional de Petróleo informou que estuda determinar às distribuidoras de que firmem contratos de longo prazo para a compra de álcool, que hoje é feita no mercado à vista. A idéia é garantir a formação de um estoque que evite choque de preços na entressafra.